Be greedy when others are fearful...

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Be fearful when others are greedy, be greedy when others are fearful”. Esta citação, atribuída a Warren Buffett, legendário investidor e CEO da Berkshire Hathaway Inc, faz menção a dois sentimentos muito frequentes nos mercados accionistas: “ganância” e “medo”. Historicamente, estes sentimentos vão-se alternando, com períodos de euforia e excesso de confiança (e “ganância”) são, inevitavelmente, seguidos de correcções (e de “medo”).

Mas como medir a “ganância” e o “medo”?

Uma alternativa para monitorizar a “ganância” nos mercados accionistas, usando como proxy o índice norte-americano S&P-500, são as respectivas avaliações, medidas, por exemplo, pelo rácio Price-Earnings. Quando o sentimento é positivo as avaliações tendem a subir, com os investidores a pagarem “mais caro” pelos resultados futuros (e incertos) das empresas.

Por sua vez, quando o sentimento é negativo, as avaliações tendem a cair e volatilidade dos mercados, medida, por exemplo, pelo índice VIX (que mede a volatilidade implícita em opções sobre o índice S&P-500) tende a subir.

Assim, uma forma de medir a “ganância” e o “medo” é através da relação, ou rácio, entre o Price-Earnings (avaliações/ganância) e o VIX (volatilidade/medo). Quando este rácio aumenta, significa que os investidores estão optimistas e o sentimento é positivo; pelo contrário, quando o rácio diminui, significa que os investidores estão pessimistas e o sentimento é negativo. O gráfico abaixo, ilustra a evolução desta relação, para o índice S&P-500, desde 1991 (observações semanais).

Rácio entre Price-Earnings (“ganância”) e o VIX (“medo”)

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Fonte: Bloomberg, Banco Invest (cálculos).

Conforme é possível verificar, presentemente, este rácio situa-se cerca de dois desvios-padrão abaixo da média histórica, em zona de elevado pessimismo: queda das avaliações (numerador) e aumento da volatilidade (denominador). 

Historicamente, estes momentos tendem a coincidir com boas alturas para abrir ou reforçar posições. Nos últimos 34 anos, períodos em que o rácio foi abaixo dos dois desvios-padrão, foram seguidos de fortes recuperações do mercado. O último aconteceu em 2020, aquando do início da pandemia da Covid-19.

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