Síntese Trimestral - Alves Ribeiro PPR

O primeiro trimestre de 2025 ficou marcado por uma performance negativa do Fundo AR PPR (-0,6%). Nos últimos 12 meses, a rendibilidade do Fundo ascende a +3,0%:

Picture1-Apr-04-2025-03-02-42-9575-PMRelativamente à filosofia de investimento, o Fundo assume uma visão assente nos seguintes pilares:

  • Os mercados financeiros são ineficientes e oferecem sempre oportunidades de investir em activos subavaliados;

  • O investimento acarreta riscos (de mercado, taxa de juro, crédito, liquidez, etc.) e esses riscos devem ser remunerados. Ou seja, o Fundo assume risco quando o binómio risco-retorno é considerado interessante;

  • A principal estratégia de cobertura de risco é a diversificação e a adopção de uma perspectiva de médio-longo prazo. A diversificação entre as várias classes de activos e títulos individuais permite controlar o risco e a volatilidade da carteira global. Não elimina o risco de perda de capital, mas mitiga significativamente o risco específico dos títulos, sectores ou mercados geográficos individuais.

Estes princípios, que regem o processo de investimento do Fundo, traduzem-se numa carteira com a seguinte alocação de activos:

Picture2-Apr-04-2025-03-05-14-0901-PMComo ilustrado pela tabela acima, nos últimos trimestres temos mantido uma exposição substancial a obrigações europeias, com preferência pelos títulos Investment Grade, onde se identifica mais valor relativo.

No que diz respeito à performance global do Fundo, importa sublinhar que, no primeiro trimestre do ano, o desempenho foi algo penalizado pela componente de acções norte-americanas. Em contraciclo, as acções europeias apresentaram um bom desempenho, tendo registado a maior contribuição YTD para o Fundo.

Nas páginas que se seguem apresenta-se com maior detalhe as características das componentes accionista e obrigacionista do Fundo.

Principais Destaques na Componente Obrigacionista do Fundo

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No que diz respeito às métricas da componente obrigacionista da carteira, no último trimestre mantivemos a duration média da carteira relativamente estável, continuando a ver algum valor na taxa de juro no actual enquadramento monetário restritivo. Por outro lado, num contexto de subida moderada de yields associada a spreads de crédito relativamente estreitos, conseguimos subir ligeiramente a yield, que se encontrava, no fim do trimestre, nos 4,7%.

No campo da dívida pública, mantivemos a core holding (RAGB 3.2% 15/07/2039), dado o seu pick-up interessante face às obrigações da Alemanha, cifrado actualmente em 44 bp.

Confrontados com spreads menores, continuamos ainda a aumentar a exposição a dívida com rating investment grade, de modo a proteger o Fundo de um possível alargamento dos spreads, mantendo simultaneamente a qualidade creditícia pretendida.

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Para além do referido, aumentámos ainda a exposição a obrigações AA em euros de emitentes europeus. Após uma análise do pick-up apresentado por obrigações de emitentes dentro do universo investment grade, investimos 1,6% do Fundo em obrigações da L’Oreal com maturidade em 2031 e cujo rating é AA+ pela Moodys e AA pela S&P, sendo que paga mais 50 bp que o governo alemão para a mesma maturidade. Convém referir que este é um nome ao qual também temos exposição na componente accionista do Fundo. Participámos ainda numa emissão primária da BlackRock, em Euros, que apresenta igualmente um rating AA, com uma yield a 10 anos acima de 3,75%.

Por último, na componente de emergentes, aumentámos a exposição a divida sénior da Suzano com maturidade em 2032. Com uma yield, no momento da aquisição, de perto de 6% em USD, esta oportunidade surge como particularmente interessante face ao rating deste emitente (BBB-) e o facto da empresa ser líder mundial em volume e custo na produção de pasta papeleira. No fim de Março, esta posição representava 1,15% da carteira do Fundo. Adicionalmente, foi iniciada uma posição em dívida do Reino de Marrocos, numa obrigação que alcança a maturidade em 2031 e que em EUR apresenta um pick-up interessante por comparação com os governos Europeus. A 31 de Março, esta posição representava cerca de 0,4% da carteira do Fundo.

Principais Destaques na Componente Accionista do Fundo

Na componente de acções, o Fundo procura ganhar exposição a diversos mercados accionistas a nível global e a empresas estruturalmente atractivas que apresentem as seguintes características:


    • Vantagens competitivas difíceis de replicar;

    • Alocação de capital eficiente;

    • Possibilidade de crescimento acima da média do sector em que se inserem;

    • Equipas de gestão com track record positivo;

    • Valorizações atractivas;

    • Boas classificações ESG.

Entre as empresas a que o Fundo tem maior exposição directa encontram-se a REN (1,7%), a Microsoft (1,6%), a EDP (1,3%), a LVMH (1,2%) e a Amazon (1,2%). Destas empresas, as acções da REN foram as que apresentaram um melhor desempenho desde o início do ano, tendo contribuído com 28 bp para o Fundo.

Picture5-Apr-04-2025-03-16-22-4737-PMAinda sobre a componente accionista, aproveitamos para falar de dois nomes da carteira do Fundo:

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No ano passado, o desempenho operacional da REN revelou-se mais fraco, num contexto de aumento dos custos financeiros e menor contributo da actividade internacional. Ainda assim, o lucro líquido cresceu 2,2% em 2024, impulsionado por impactos fiscais positivos e ganhos relacionados com a CESE. A nível do balanço da empresa verificou-se uma redução da dívida líquida, apesar de o custo médio da dívida ter aumentado (2,7% em 2024 vs. 2,5% em 2023), o que coloca em evidencia alguma disciplina financeira.

Para os accionistas da REN o arranque do ano foi positivo. Por um lado, no que diz respeito à política de dividendos, o Conselho de Administração da empresa deverá propor na Assembleia Geral de 15 de Abril um pagamento de 0,157€ por acção, o que constitui um aumento de 2% face ao ano transacto, antecipando a implementação da estratégia de crescimento da remuneração dos accionistas. Não menos relevante, no primeiro trimestre de 2025 as acções da REN apresentaram uma valorização de +20,4%, o que compara favoravelmente com outras empresas do sector (STOXX Europe 600 Utilities, +10,5%).

Decorrente da nossa análise, e apesar de alguns desafios operacionais, a REN mantém um perfil financeiro estável e uma dividend yield interessante (5,7%). Como tal, reiteramos a nossa visão positiva para a REN.

Picture7-2No último ano, a Booking apresentou um desempenho robusto, impulsionado pela forte procura global por viagens, sendo que em termos de outlook para o ano de 2025, a empresa acredita que a procura por viagens se manterá saudável, proporcionando um cenário favorável ao crescimento.

A Booking destaca-se como a empresa melhor posicionada no segmento das reservas de viagens online, com uma quota de mercado que ainda permite um potencial significativo de crescimento e uma posição sólida no mercado europeu. A empresa tem apostado em investimentos estratégicos para diversificar a oferta para além do core business, contribuindo para a expansão futura. Embora o contexto macroeconómico possa vir a representar um desafio, de momento, não há sinais de deterioração.

Em termos operacionais, a empresa apresentou um crescimento expressivo em várias regiões, sendo que o crescimento do lucro por acção (EPS) tem sido igualmente notável, suportado pelo forte crescimento orgânico, expansão de margem e um programa de recompra de acções agressivo.

Face ao exposto, considerando o potencial de crescimento da empresa e a posição relevante que detém, tal como a avaliação atractiva face ao registo histórico, o Fundo optou por abrir uma pequena posição na Booking.

Principais Destaques na Componente de Investimentos Alternativos do Fundo

Relativamente à componente de investimentos alternativos do Fundo, a mesma representava cerca de 4,1% da carteira a 31 de Março de 2025. O objectivo da exposição a investimentos alternativos passa pela obtenção de rentabilidade com reduzida correlação com as demais classes de activos.

Entre as principais exposições contam-se o imobiliário, com um peso de 1,2% na carteira, Private Equity (1,2%), investimentos relacionados com a actividade resseguradora (1,0%), Distressed Debt (0,5%) e Venture Capital (0,2%).

Desde o início do ano, entre os investimentos alternativos os principais contribuidores foram as componentes de imobiliário (+2 bp) e de Private Equity (+5 bp).

 

 

Política de Investimento

Na prossecução do seu objectivo, enquanto Fundo Poupança-Reforma, o seu património será composto maioritariamente por obrigações com maturidades superiores a 1 ano. Em menor percentagem, o Fundo investirá em acções e outros activos de maior risco de forma a aproveitar oportunidades de mercado que revelem maior potencial de valorização futura. O tipo de gestão efectuada pela entidade responsável pela gestão será activa. O Fundo será composto em mais de 50% por obrigações de emitentes públicos ou privados com sede em estados-membros da União Europeia, com maturidades superiores a um ano. As aplicações em acções ou fundos de acções nacionais ou internacionais serão efectuadas até 40% do seu património. Em condições normais de mercado o investimento será de 20% do valor do Fundo. Em situações de grande volatilidade em que a gestão do Fundo entenda adequado o refúgio em valores de risco mais limitado, o mínimo de acções que o Fundo deve possuir é de 5%. Até ao limite de 5% do respectivo valor global, o Fundo poderá investir em obrigações convertíveis em acções e obrigações com “warrant”, privilegiando activos de elevada liquidez e que tenham valor susceptível de ser determinado com precisão a qualquer momento. O Fundo poderá adquirir obrigações emitidas por países ou empresas de países membros da OCDE, estando limitado a 5% os investimentos em obrigações emitidas fora deste conjunto de países. Um máximo de 10% pode ser investido em valores mobiliários que invistam ou repliquem a evolução dos preços de “matérias-primas”. Os investimentos não denominados em Euros estão limitados a um máximo de 15%. Como regra genérica, o Fundo não fará qualquer tipo de cobertura do risco cambial subjacente aos activos não denominados em Euros, podendo, no entanto, fazê-lo, caso a entidade gestora considere existir um risco de desvalorização substancial das restantes moedas em que estejam denominados activos do Fundo relativamente ao Euro. Nesse caso, a Entidade Responsável pela Gestão poderá efectuar a cobertura integral do risco de câmbio subjacente ao Fundo. A título acessório o património do Fundo poderá ser aplicado em depósitos bancários e em instrumentos de dívida de curto prazo na medida adequada para fazer face ao movimento normal de resgate de unidades de participação e a uma gestão eficiente do Fundo.
 
 

Informação Relevante

Entidade Gestora: Invest - Gestão de Activos
Banco Depositário: Banco Invest
Entidade Colocadora: Banco Invest
Início de Actividade: 15 de Novembro de 2001
ISIN: PTARMCLM0004
Política de Rendimentos: Não distribui rendimentos
Comissão de Gestão / Depositário: 1,50%
Comissão de Subscrição:  0%
Comissão de Resgate: 1% < 1 ano; 0% > 1 ano
 
Esta é uma comunicação promocional. Consulte o prospeto do Fundo e as informações fundamentais destinadas aos investidores, disponíveis na língua portuguesa em www.bancoinvest.pt, para consulta em suporte duradouro, ou nos balcões do Banco Invest S.A., para consulta em papel, antes de tomar quaisquer decisões de investimento finais.

A composição e os pesos dos activos em carteira pode variar ao longo do tempo, em função das perspectivas do gestor. Taxas de rendibilidade e risco calculadas com base na cotação do Fundo a 31-Março-25. Taxas de rendibilidade líquidas de comissão de gestão e depositário e não líquidas de comissões de subscrição e resgate. O desempenho anterior não garante resultados futuros.

 

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