Tudo indica que o governo norte-americano vai mesmo entrar em shutdown à 00:01 de 1 de Outubro (hora da Costa leste dos EUA).
A reunião do Presidente Trump com os líderes dos dois partidos no Senado não teve avanços porque ainda persistem grandes divergências entre as partes. JD Vance, vice-presidente norte-americano, também afirmou que o governo federal dos EUA está mesmo a caminho de entrar em paralisação.
O que acontece no caso de um Shutdown nos EUA?
A paralisação por falta de financiamento da administração pública federal, implicaria a dispensa pelo menos temporária de funcionários federais, a suspensão de alguns serviços públicos e o adiamento de dados económicos. Trump também já ameaçou com despedimentos de funcionários públicos, caso o shutdown entre em vigor.
Os analistas do Barclays estimam que a duração do shutdown seja pelo menos cinco dias ou até mais, como em 2018-19 (34 dias), 1995 (21 dias) e 2013 (16 dias).
As duas últimas paralisações do governo ocorreram sob o governo Trump, com uma maioria dos republicanos na Câmara dos Representante e no Senado em Janeiro de 2018 e entre Dezembro de 2018 a Janeiro de 2019.
Segundo o Barclays, um shutdown poderá ter um impacto de 0,1% no PIB norte-americano por semana mas que será recompensado quando terminar.
E nos Mercados Financeiros?
Analisando os shutdowns que já aconteceram nos Estados Unidos, tanto com presidentes republicanos como com democratas, os impactos nos mercados não são assim tão fortes. O índice S&P 500 desceu em média 0,1% na semana antes mas depois subiu 0,6% na semana seguinte. Ainda assim, a volatilidade dos mercados aumenta significativamente, fazendo transparecer a incerteza dos investidores em relação à incerteza que também se vive em Washington.
Atraso nos Dados Macroeconómicos?
O maior risco para os mercados financeiro será o atraso provocado nos dados macroeconómicos pelo possível shutdown.
Tal como nos anteriores shutdowns em 1995-96 e 2013, os dados macroeconómicos estão previstos serem adiados, nomeadamente a publicação do relatório do emprego na Sexta-feira e a publicação dos dados da inflação no dia 15 de Outubro. Assim, na reunião de política monetária da Reserva Federal que será realizada nos dias 28 e 29 de Outubro, não haverá inputs para o banco central poder decidir sobre as taxas de juro directoras.
Fonte: Bloomberg, Goldman Sachs, PBSO, Polymarket, Truist IAG
