Dr. Copper em máximos recorde mas não pelos melhores motivos

feature-image

Os economistas gostam de chamar o cobre de "Dr. Copper" porque o preço do metal é visto como um indicador da saúde económica global. O cobre é considerado um "doutor" em economia devido à sua ampla utilização em diversos sectores, como construção, energia, electrónica, automóveis e infraestruturas. Por isso, a procura e o preço do cobre são encarados como um termómetro da actividade económica.

Ontem, os futuros do cobre dispararam 17%, naquela que foi a maior valorização de uma só sessão desde 1968, segundo a Dow Jones Market Data. Esta subida acentuada surgiu após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado que vai impor uma tarifa de 50% sobre o cobre importado para os Estados Unidos. Porém este ganho, tem menos a ver com a procura crescente pelo metal e mais com a guerra comercial.

cobre

Esta distorção de preços no cobre manifestou-se principalmente nos mercados norte-americanos, onde o preço doméstico foi negociado 25% acima dos preços em Londres, a maior diferença registada de sempre. Enquanto isso, a volatilidade do cobre a 180 dias, atingiu 28% no primeiro semestre do ano, o maior nível desde 2012.

copper1
O cobre subiu cerca de 35% desde o início de 2025, registando o seu melhor desempenho desde a Grande Recessão. No entanto, o metal não está a reflectir as condições económicas devido aos seguintes motivos:

➡️ A China continua a lutar contra a deflação;

➡️ A actividade da construção civil nos Estados Unidos e o sentimento dos construtores diminuíram;

➡️ A perspectiva económica global permanece frágil.

Para além disso, o cobre é um indicador em tempo real da economia chinesa, já que o país consome cerca de 60% da oferta mundial. O dólar norte-americano mais fraco, dados de emprego melhores do que o esperado e estímulos dos bancos centrais globais também contribuíram para a subida do metal.

Fonte: Bloomberg

Partilhar este artigo: