
Ao longo da última década, a economia digital tem vindo a afirmar-se como uma das principais forças transformadoras da economia mundial, impactando sectores tão dispersos como os serviços financeiros, a indústria, a saúde, o retalho ou as telecomunicações. O conceito vai muito além da tecnologia em si e traduz-se na integração da digitalização em modelos de negócio, processos e infraestruturas, moldando a forma como empresas e consumidores interagem e gerando novas cadeias de valor a nível global. O impacto económico da economia digital é significativo sendo que, de acordo com o Banco Mundial e a OCDE, a digitalização contribui de forma mais ou menos directa para cerca de 15% do PIB global, sendo esperado que este peso continue a aumentar de forma consistente na próxima década.
Entre os principais motores deste crescimento destacam-se a rápida expansão da computação em nuvem (“Cloud Computing”), o dinamismo do comércio eletrónico, a aceleração dos pagamentos digitais e a integração de tecnologias emergentes como a inteligência artificial (IA), big data e cibersegurança.
A base da economia digital assenta na infraestrutura tecnológica que viabiliza a conectividade e o processamento de dados em larga escala. A massificação da computação em nuvem permitiu às empresas abandonar modelos de servidores próprios, ganhando flexibilidade, escalabilidade e eficiência de custos. Segundo projecções da BloombergNEF, este segmento deverá atingir um valor global de cerca de 1,5 biliões de dólares até 2030, impulsionado por investimentos em data centers, semicondutores e soluções de armazenamento.
O comércio eletrónico, por sua vez, tem sido um dos sectores mais visíveis da digitalização, transformando hábitos de consumo em praticamente todos os mercados. A conveniência das compras online, aliada à integração de soluções logísticas e de pagamentos digitais, encontram-se entre os factores que levam este segmento a crescer a ritmos de dois dígitos em várias regiões. De acordo com diversas fontes, até 2030 mais de 25% das vendas globais de retalho poderão ser realizadas em canais digitais.
Não menos relevante, a transição para uma economia sem numerário representa outra tendência estrutural. Pagamentos digitais (contactless, via mobile wallet ou soluções integradas em plataformas de comércio) estão a redefinir a forma como circula o dinheiro. Segundo a PwC, até 2030 o volume global de transacções digitais poderá ultrapassar os 1,9 biliões por ano, reflectindo tanto a digitalização em economias avançadas como a inclusão financeira em países emergentes.
Figura 1 – Evolução do Número de Transacções Contactless nos EUA
Fonte: Clearly Payments.
Por último, também a integração da IA e do machine learning nas operações empresariais abre um campo vasto de oportunidades. Estas tecnologias potenciam a análise avançada de dados, a automação de processos ou até mesmo a criação de novos produtos digitais. Em paralelo, o crescimento exponencial do volume de dados coloca a cibersegurança como prioridade absoluta, sendo que proteger infraestruturas críticas e dados sensíveis é hoje um requisito obrigatório. Segundo a Morgan Stanley, o mercado de cibersegurança poderá crescer a uma taxa anual superior a 26% até 2030, tornando-se um dos temas mais relevantes do ecossistema digital.
Nenhuma destas transições seria possível sem o apoio de serviços especializados em transformação digital, migração para a cloud, integração de IA e gestão de dados. Empresas de consultoria e outsourcing tecnológico desempenham um papel essencial no processo de adaptação das organizações, garantindo que estas conseguem capitalizar os avanços tecnológicos e manter-se competitivas.
Figura 2 – Evolução do CAPEX destinado à Inteligência Artificial (2020 – 2025)
Fonte: Bloomberg.
Oportunidades no Investimento Temático ligado à Economia Digital
O universo da economia digital oferece aos investidores uma forma directa de ganhar exposição a diversas megatendências estruturais com elevado potencial de crescimento. Este tema abrange desde a infraestrutura tecnológica, que suporta a digitalização, até aos serviços digitais, pagamentos electrónicos e soluções de cibersegurança, representando não só uma aposta em inovação, mas também em sectores com relevância crescente para o funcionamento da economia global.
Para o investidor significa a possibilidade de combinar objectivos financeiros com a exposição a um dos motores de crescimento mais relevantes das próximas décadas, aproveitando a transformação digital como catalisador de valor económico. Perante este enquadramento, o Banco Invest disponibiliza soluções de investimento temático que permitem aos clientes captar o potencial da economia digital de forma estruturada e diversificada, seja através de ETFs, Fundos de Investimento ou Depósitos Estruturados, permitindo alinhar a carteira com algumas das megatendências mais transformadoras do século XXI.