
As tensões entre os Estados Unidos e China têm vindo a aumentar e existe o risco de uma dissociação entre os mercados de capitais dos dois países. Segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, a opção de retirar empresas chinesas da lista das empresas negociadas nos mercados de capitais dos EUA "está em cima da mesa".
De acordo com o Goldman Sachs, a ruptura de mercados de capitais China-EUA pode custar até $2,5 biliões. A China poderia liquidar as suas participações no Tesouro dos EUA e em acções, no valor de $1,3 bilião e $370 mil milhões, respectivamente. Por sua vez, os investidores norte-americanos poderiam ser obrigados a vender cerca de $800 mil milhões em acções chinesas negociadas nas bolsas norte-americanas.
Se a ameaça se concretizar, afectará cerca de 300 empresas que estão cotadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque ou no Nasdaq, com uma capitalização bolsista conjunta de $1,1 biliões. O grupo Alibaba é a maior empresa chinesa cotada nos EUA, com uma capitalização bolsista actual de $254,9 mil milhões. A rival de comércio electrónico PDD Holdings é a segunda, com um valor de mercado de $128,25 mil milhões.
Em 2022, cinco empresas estatais chinesas deixaram de ser cotadas nos EUA devido a uma disputa em matéria de auditoria. Desde então, muitas empresas cotadas nos EUA procuraram obter cotações secundárias em Hong Kong ou converteram-se num estatuto de dupla cotação primária para evitar a ameaça de exclusão nos EUA.
Fonte: Goldman Sachs, Bloomberg