
Tanto os Estados Unidos como a China, irão precisar muito mais energia no futuro. Os dois países compartilham factores comuns de consumo de energia, incluindo os automóveis eléctricos e a rápida adopção da Inteligência Artificial (IA). Contudo, ambos também têm muito a perder com as mudanças climáticas causadas pelos combustíveis fósseis.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o consumo dos data centers poderá quadruplicar até 2030, impulsionado pela proliferação de modelos de IA, como o ChatGPT e pela generalização do processamento de dados em larga escala.
O Big Beautiful Bill do Presidente Trump foi um golpe duro para a energia eólica e solar como medida para consolidar o "domínio energético" dos EUA, representado pela indústria de petróleo e gás. Esta lei também irá intensificar outro conflito, com consequências potencialmente transformadoras do planeta: o iminente confronto entre as necessidades energéticas dos hyperscalers de IA norte-americanos e os do resto do mundo.
Não importa de onde venha a energia, os analistas projectam um aumento exponencial no consumo de electricidade. Para suprir toda esta procura, a capacidade de geração precisa crescer drasticamente e os projectos eólicos e solares estão entre as formas mais rápidas de alcançar isso mas, sem as isenções fiscais nos Estados Unidos, será mais difícil.
Os Estados Unidos consomem muito mais electricidade per capita do que qualquer outro país - 97% mais do que a China e mais do que o dobro do que a União Europeia. De certa forma, isso torna o seu recente progresso em energias renováveis muito mais impactante, embora a sua pegada de carbono ainda seja enorme. A dependência da China do carvão, por sua vez, significa que o país continua sendo a maior emissora mundial de CO2, apesar de ter ido mais longe que os EUA na sua transição verde.
Sem dúvida que as grandes empresas tecnológicas têm liquidez para investir nos parques eólicos e solares mas a implementação provavelmente será mais lenta e os custos de electricidade poderão aumentar drasticamente para a restante população à medida que os consumidores competem por energia limitada.
Por outro lado, na China, o rival dos EUA na corrida pelo domínio da IA , o que importa é a energia verde porque o país também têm muito a perder com as mudanças climáticas causadas pelos combustíveis fósseis.
Fonte: Fortune, IEA