A “Estrutura Temporal das Taxas de Juro", mais frequentemente designada por Yield Curve (ou curva de taxas de rendibilidade), refere-se à relação entre as taxas de juro e os respectivos prazos, para uma determinada moeda. A yield curve norte-americana é diferente da yield curve europeia e, numa mesma moeda, existem ainda várias yield curves como, por exemplo, para obrigações de dívida soberana e para swaps (contratos de permuta de taxas de juro realizados entre bancos no mercado monetário).
Figura 1 – Exemplo de Yield Curve c/ Inclinação Positiva
Figura 2 – Exemplo de Yield Curve c/ Inclinação Plana
Figura 3 – Exemplo de Yield Curve c/ Inclinação Negativa
Fonte: Banco Invest.
A formação das taxas de juro é um dos temas mais explorados pela literatura financeira. Sucintamente, destacam-se três teorias:
- Teoria das Expectativas: segundo esta teoria, as taxas de juro a médio e longo prazo reflectem a esperada taxa de juro de curto prazo, no futuro. Por outras palavras, a formação das taxas de juro nos prazos superiores a um ano resulta das taxas de juro de curto prazo que se esperam verificar em cada um dos anos seguintes.
- Teoria da Segmentação do Mercado: esta teoria advoga que não tem de existir necessariamente uma relação entre as taxas de juro de curto, médio e longo prazo. A formação das taxas de juro ao longo dos diferentes prazos resulta das preferências dos vários participantes, consoante a sua actividade. Por exemplo, os fundos de pensões realizam, tradicionalmente, as suas aplicações nos prazos mais longos, mesmo que, nos prazos mais curtos, as taxas de juro possam ser mais atractivas. Assim, segundo esta teoria, as taxas de juro no curto prazo resultam da procura e oferta no curto prazo; e as taxas de juro de longo prazo resultam da procura e oferta no longo prazo.
- Teoria da Preferência por Liquidez: segundo esta teoria, os investidores comportam-se de modo diferente consoante sejam fornecedores ou utilizadores de fundos: os primeiros procuram, sobretudo, os prazos mais curtos, de forma a minimizar o risco de taxa de juro; os utilizadores procuram, naturalmente, os prazos mais longos, visando maior estabilidade financeira. Ou seja, na ausência de incentivos para contrariar estes comportamentos, os investidores procuram prazos curtos e os tomadores de empréstimos procuram preferencialmente os prazos mais longos. Para contrariar a preferência dos investidores pela liquidez - associada aos prazos mais curtos - é necessário incluir um prémio de risco nos prazos mais longos. Assim, por esta teoria, as taxas de juro de longo prazo não correspondem exactamente à média das taxas de juro de curto prazo futuras esperadas (conforme a Teoria das Expectativas), na medida em que incorporam um prémio (pela falta) de liquidez nos prazos mais longos.