Nos últimos anos, os ETFs (“Exchange-Traded Funds”) tornaram-se um dos instrumentos de investimento mais utilizados. À semelhança dos fundos tradicionais, os ETFs também reúnem o capital de vários investidores para comprar um conjunto diversificado de activos. Contudo, distinguem-se por serem transaccionados em bolsa como uma acção, permitindo comprar ou vender ao longo do horário de negociação. A maioria destes fundos procura replicar um índice, acompanhando a sua evolução de forma transparente e com custos reduzidos, uma característica que tem atraído muitos investidores que procuram soluções simples e eficientes.
O funcionamento dos ETFs baseia-se num mecanismo conhecido como “creation/redemption”, que ajuda a manter o preço do ETF próximo do valor dos activos que o compõem, garantindo, ao mesmo tempo, uma liquidez adicional que raramente existe nos fundos tradicionais. Mesmo quando um ETF apresenta baixo volume de negociação, a sua estrutura tende a assegurar que a negociação decorre de forma eficiente.
Entre as principais vantagens destes instrumentos destacam-se os custos de gestão geralmente baixos, a elevada transparência, a possibilidade de diversificação imediata e a flexibilidade operacional. Com uma única transacção é possível obter exposição a um vasto conjunto de activos, de acções globais a obrigações, passando por matérias-primas ou até temas específicos como energias renováveis, tecnologia ou inteligência artificial.
No que diz respeito ao processo de selecção, escolher um ETF adequado implica analisar o índice replicado, os custos, a dimensão do fundo, o volume de negociação, o país de domiciliação, a forma como trata os dividendos (distribuição ou capitalização) e a composição efectiva da carteira. Nem sempre o mais barato é o mais apropriado, na medida em que factores como o método de replicação ou a liquidez do ETF podem assumir um papel relevante.
Resumidamente, a utilização de ETFs numa estratégia de investimento pode ser extremamente vantajosa. Muitos investidores recorrem a estes instrumentos para construir carteiras diversificadas de longo prazo, para realizar investimentos periódicos ou simplesmente para aceder de forma eficiente a mercados difíceis de alcançar individualmente. Quando usados com critério, tornam possível construir uma carteira equilibrada, global e adequada ao perfil de risco de cada investidor, sem complexidade excessiva.