Há pouco mais de duas décadas, os ETFs eram praticamente desconhecidos fora dos círculos institucionais. Hoje, tornaram-se uma das ferramentas de investimento mais populares do mundo, com mais de 10 biliões de dólares em activos sob gestão a nível global, segundo dados da BlackRock.
Este crescimento vertiginoso não é fruto do acaso. Num mundo marcado pela exigência de transparência e procura de soluções de baixo custo, os ETFs afirmaram-se como produtos simples, versáteis e acessíveis, ideais para uma ampla gama de investidores.
O que são ETFs e como funcionam?
Os ETFs (“Exchange-Traded Funds”) não são mais do que fundos de investimento cotados em bolsa, que replicam o desempenho de um determinado índice, sector, activo ou estratégia. Tal como as acções, os ETFs também são negociados em tempo real, permitindo aos investidores comprar e vender a qualquer momento durante a sessão de mercado.
Entre as principais vantagens dos ETFs, destacam-se a possibilidade de diversificação imediata — por exemplo, ao adquirir um ETF que replica o S&P-500, o investidor obtém exposição às 500 maiores empresas dos EUA — e a elevada liquidez. Acresce ainda uma estrutura de custos geralmente mais leve, com comissões significativamente inferiores às dos fundos tradicionais de gestão activa.
As razões elencadas explicam, em parte, o crescimento explosivo deste segmento. Só em 2023, por exemplo, foram lançados mais de 450 novos ETFs nos Estados Unidos, abordando temas tão diversos como a tecnologia espacial, inteligência artificial, resiliência climática ou cibersegurança, num sinal claro do apetite crescente por estratégias diferenciadas e temáticas dentro do universo dos ETFs.
Figura 1 – Evolução do Número de ETFs em Existência, por Ano (2000 – 2024)
Fonte: BlackRock, ETFGI, Morningstar, Statista.
Com raízes nos Estados Unidos, onde surgiu em 1993 o primeiro ETF a replicar o índice S&P-500, o ecossistema de ETFs evoluiu de forma notável e hoje constitui um vasto universo que oferece exposição às mais diversas classes de activos, das acções e obrigações aos criptoactivos, estratégias alternativas associadas a hedge funds e mercados privados.
Não surpreende, por isso, que o número de ETFs cotados nos EUA tenha quase duplicado desde 2020, superando actualmente os 4300. Paralelamente, os activos sob gestão no sector atingiram máximos históricos no final de Junho, ultrapassando os 11,6 biliões de dólares.
Outro desenvolvimento relevante prende-se com a crescente integração dos princípios de sustentabilidade. Nos últimos anos, os ETFs têm acompanhado a transformação do universo de investimento em direcção a práticas mais responsáveis. O segmento de ETFs ESG tem registado crescimentos a dois dígitos, com fundos dedicados a áreas como a descarbonização, a agricultura sustentável ou a promoção de estruturas de liderança ética e inclusiva.
Conclusão
Numa era marcada pelo excesso de informação e pela complexidade dos mercados, os ETFs oferecem uma solução clara, eficiente e bem direcionada. Tornam possível, com simplicidade, o acesso a carteiras amplamente diversificadas, promovendo autonomia e transparência no processo de investimento. O boom dos ETFs é, assim, o reflexo de um novo paradigma financeiro, mais acessível e alinhado com os valores do investidor.
Ciente dessa evolução, o Banco Invest disponibiliza uma ampla gama com mais de 900 ETFs, incluindo instrumentos que replicam os principais índices globais, como o MSCI World, o Nasdaq-100 ou o S&P-500, possibilitando a construção de carteiras ajustadas aos objectivos, perfil de risco e convicções de cada investidor.
