Euro, a moeda refúgio agora?

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo intensificou-se rapidamente. Depois de os Estados Unidos terem esclarecido ontem que as taxas aduaneiras à China estão agora nos 145%, Pequim retaliou, actualizando as suas tarifas aos produtos norte-americanos de 84% para 125%. A medida vai entrar em vigor a 12 de Abril.

Os investidores procuram agora refúgios e alternativas fora dos Estados Unidos, vendendo acções e obrigações norte-americanas. O índice do dólar atingiu mínimos de seis meses enquanto o iene recupera e o preço do ouro atingiu um novo máximo histórico, superando os 3.200 dólares por onça.

O euro atingiu um máximo de 1,1473 em relação ao dólar hoje, o nível mais elevado de três anos, A moeda europeia surge agora como um elo de diversificação, na medida em que a Zona Euro é um dos maiores parceiros comerciais e mais credível dos BRICS e, simultaneamente, a segunda maior reserva cambial, representando 20,6% do total de reservas em 2023.

Esta força da moeda europeia está mais relacionada com a fraqueza do dólar do que um voto de confiança na Zona Euro. O modelo da Bloomberg Economics sugere que esta apreciação está a ser conduzida pelos choques macroeconómicos dos Estados Unidos, através da de-dolarização e incerteza em relação à política norte-americana.

Fonte: Bloomberg