
Hoje, o Euro apreciou para o seu nível mais elevado em relação ao dólar desde o final de Julho, impulsionado pela fraqueza geral do dólar numa semana bastante preenchida com dados macroeconómicos e a reunião de política monetária do Banco Central Europeu.
França enfrenta uma nova crise política
O primeiro-ministro François Bayrou pediu um voto de confiança para tentar desbloquear o impasse em torno dos cortes orçamentais. Assim, a moção permitirá aferir se tem apoio suficiente para o seu plano orçamental de 44 mil milhões de euros numa tentativa de controlar um défice que no ano passado atingiu 5,8% do produto interno bruto, quase o dobro do limite oficial da União Europeia de 3%.
O voto realiza-se esta Segunda-feira e os principais partidos já anunciaram que vão chumbar a moção, tornando a queda do Governo praticamente inevitável, potencialmente forçando o Presidente Emmanuel Macron a nomear um quinto primeiro-ministro em menos de dois anos.

Decisão sobre as taxas de juro do Banco Central Europeu
Na Quinta-feira, o Banco Central Europeu realiza a sua reunião de política monetária mas é amplamente aguardado que as taxas de juro directoras sejam inalteradas pelo segundo encontro consecutivo. Desde Junho de 2024 que a autoridade monetária avançou com 8 cortes das taxas num total de 200 pontos base.
O banco central tem avaliado o impacto da incerteza comercial persistente e as possíveis consequências das tarifas propostas pelos Estados Unidos enquanto a inflação permaneceu dentro da meta de 2% pelo terceiro mês consecutivo.
Nesta reunião serão apresentadas as novas projecções para o crescimento do PIB e inflação da Zona Euro e prevê-se uma revisão ligeira em alta.
O mercado já não espera mais cortes das taxas pelo BCE este ano mas existe uma probabilidade de 70% de mais uma descida mas só no próximo Verão.
Fraqueza no Emprego EUA apoia cortes das taxas de juro mas a inflação irá determinar a dimensão
Do outro lado do Atlântico, os investidores estarão focados nos dados da inflação relativos ao mês de Agosto na Quinta-feira. Os economistas esperam um aceleramento da inflação homóloga para 2,9% face a 2,7% em Julho. A inflação subjacente, que exclui alimentação e energia, deverá manter-se nos 3,1% YoY. Em termos mensais, o índice de preços ao consumidor também deverá aumentar de 0,2% para 0,3% em Agosto. O índice de preços ao produtor também será divulgado na Quarta-feira mas espera-se a manutenção nos 3,3% em termos homólogos.
O abrandamento da criação de postos de trabalho e uma subida da taxa de desemprego na semana passada, reforçaram o argumento a favor de uma descida das taxas de juro pela Reserva Federal em Setembro, com os mercados considerando agora a possibilidade de um movimento maior do que o habitual e os dados sobre os preços poderão confirmar um corte de 50 pontos base já este mês.Fonte: Bloomberg, Reuters