
O índice de preços ao consumidor na Zona Euro subiu uma décima para 2,0% YoY em Junho, segundo a leitura preliminar do Eurostat. Este valor foi em linha com as expectativas dos economistas. A inflação subjacente também manteve-se nos 2,3% YoY igual ao esperado.
A inflação nos serviços terá voltado a acelerar, de 3,2% para 3,3% em Junho, invertendo a desaceleração registada em Maio. Por outro lado, o índice de preços relativo aos alimentos, terá voltado a desacelerar em Junho, abrandando uma décima para 3,1%. Também o índice relativo aos bens industriais não-energéticos terá abrandado em Junho, de 0,6% para 0,5%.
A taxa de inflação encontra-se assim na meta do Banco Central Europeu, pelo que a atenção está agora centrada no que fará o banco central na próxima reunião de política monetária, que será realizada nos dias 23 e 24 de Julho. Os economistas esperam que as taxas se mantenham inalteradas nesse encontro.
Hoje o Euro ultrapassou a barreira dos 1,18 dólares, atingindo máximos desde Setembro 2021 acumulando uma valorização de 14% desde o início do ano. A moeda do bloco europeu apreciou durante nove dias consecutivos, a mais longa série desde 2004.
No entanto, a força do euro é devido aos dados macroeconómicos mais fracos dos Estados Unidos do que os da Europa. Neste momento existem muitos motivos para os investidores estarem vendidos no dólar: a nomeação antecipada do novo Presidente da Fed, a aprovação do Big Beautiful Bill até o dia 4 de Julho e a data limite das tarifas no dia 9 de Julho.
Vários membros comentaram sobre a apreciação do Euro:
➡️ Luis de Guindos, o vice-presidente do Banco Central Europeu considera que a economia europeia pode "aceitar perfeitamente" uma valorização da moeda única até aos 1,20 dólares, embora admita que ultrapassar este patamar seria "muito mais complicado".
➡️ Martins Kazaks, governador do Banco Central da Letónia, reconheceu que uma apreciação significativa do euro pode pressionar a inflação e as exportações em baixa, aumentando a probabilidade de mais cortes nas taxas de juro.
➡️ Joachim Nagel, presidente do Bundesbank, acredita que a moeda única está a ser transacionada próximo da sua média de longo prazo.
Fonte: Bloomberg