As green bonds representam um tipo de dívida classificada como Investimento Socialmente Responsável. Como estas emissões, as empresas (privadas ou públicas) recebem recursos para financiar projectos com impacto positivo no meio ambiente.
Nos últimos anos, as green bonds têm vindo a consolidar o seu estatuto enquanto um dos instrumentos mais relevantes para o financiamento de projectos com benefícios ambientais. Estas obrigações não só contribuem para a mobilização de capital para a transição para uma economia mais sustentável, como também oferecem aos investidores a oportunidade de alinhar os seus portfólios com valores ambientais e potencialmente gerar retornos financeiros.
Figura 1 – Evolução do Investimento Global em Energia Limpa
Fonte: Bloomberg.
Na Figura 1 é apresentada a evolução ao longo dos últimos anos dos investimentos globais em energia limpa por oposição a investimentos em combustíveis fósseis. A tendência de crescimento do primeiro segmento é clara, com uma grande aceleração no que toca a investimentos em energia limpa, complementando a ideia de que esta transição energética irá assumir proporções globais.
Apesar de constituírem investimentos bastante promissores, as green bonds ainda enfrentam obstáculos significativos, sendo um dos principais a fragmentação regulatória. Diferentes países e instituições utilizam critérios variados para definir o que constitui um ativo “verde”, o que dificulta a comparabilidade destes investimentos.
Como tal, alimenta-se a possibilidade de greenwashing, uma prática enganosa de deturpar os benefícios ambientais de um produto, declarando compromissos superficiais de forma a atrair capital.
Porém, e apesar da existência de alguns entraves, o avanço das green bonds é inegável. Ao possibilitarem não só retornos financeiros atractivos a longo prazo como também contribuições reais para uma transição ecológica e climática. O fortalecimento da confiança e alinhamento entre objetivos ambientais e financeiros será fundamental para uma nova economia onde responsabilidade ambiental e rentabilidade caminham juntos.
