
O termo Hedge America refere-se a uma estratégia de investimento adoptada por investidores globais, que consiste em comprar activos norte-americanos mas ao mesmo tempo, proteger esses investimento contra mais depreciações do dólar norte-americano através de contratos de futuros, opções ou swaps cambiais que apostam na queda da moeda norte-americana. Dessa forma, caso o dólar deprecie, as perdas no valor dos activos em dólares podem ser compensadas pelos ganhos nos derivados.
Esta abordagem, ao contrário da estratégia Sell América, permite obter ganhos no mercado norte-americano, que atingiu máximos recordes impulsionado pelas tecnológicas, ao mesmo tempo que mitiga o risco cambial.
Porquê a estratégia Hedge America agora?
O dólar depreciou 10% desde o início do ano, o seu nível mais baixo desde 2022, apesar do rally nas bolsas norte-americanas. A razão para esta queda deve-se às expectativas de cortes adicionais nas taxas de juros pela Reserva Federal EUA, o que torna o hedging mais atractivo para os investidores estrangeiros.
Desde meados do ano, as entradas para ETFs de activos norte-americanos com hedge contra o dólar superaram os unhedged, pela primeira vez numa década, num ritmo sem precedentes, segundo o Deutsche Bank.
Esta estratégia é alimentada por uma onda global de posições curtas em dólares num montante de um bilião de dólares em derivados.
Neste momento, cerca de 20 biliões de dólares de acções norte-americanas e 14 biliões de dólares em dívida EUA são detidos por investidores estrangeiros. A depreciação do dólar tem um impacto negativo nos ganhos desses investidores.
Fonte: Barchart, Bloomberg, Deutsche Bank