Blog Invest Spot

Invest Monthly - Fevereiro 2025

Written by Daniel Vakil | 6 de Março de 2025 16:16:34 Z

Indicadores Económicos

No mês de Fevereiro foram publicados os dados da inflação referentes a Janeiro, que na Zona Euro apontaram para uma subida anual dos preços de 2,5%, valor superior ao registado no mês anterior (2,4%). Em Portugal, o CPI revelou uma subida dos preços de 2,5%, também numa base anual, em linha com as expectativas dos analistas.

A nível do mercado laboral da Zona Euro não se verificaram grandes alterações, com as taxas de desemprego das principais economias da região a permanecerem relativamente inalteradas. Por outro lado, importa ainda realçar que o quadro de expansão económica moderada continua a ser sustentado pelos principais indicadores macroeconómicos, em particular, os dados referentes ao índice HCOB Eurozone Composite PMI que, no mês de Fevereiro, se manteve em território de expansão (50,2 pontos).

Nos EUA, o índice S&P Global Composite PMI fixou-se nos 50,4 pontos, valor inferior à leitura do mês anterior, ao passo que as vendas a retalho de Janeiro registaram uma variação negativa (-0,9%) numa base mensal. No plano da inflação, o CPI avançou 3,0% em termos anuais, superando ligeiramente os 2,9% observados no mês anterior.

Evolução dos Mercados

Nos Estados Unidos, o mês de Fevereiro ficou marcado por desempenhos negativos dos índices S&P-500, Nasdaq-100 e Russell-2000, que registaram variações de -1,4%, -2,8% e -5,4%, respectivamente.

Na Europa, o panorama foi mais favorável, com o EuroStoxx-50 a valorizar cerca de 3,3%. No plano nacional, o índice PSI terminou o mês em terreno positivo, tendo apresentado uma variação mensal de +4,2%. Entre as empresas que apresentaram maiores variações no mês encontram-se a NOS (+26,1%), os CTT (+19,2%), a SONAE (+12,0%), a Jerónimo Martins (+7,5%) e a Altri (-7,4%).

No mesmo sentido, nos mercados emergentes, o índice MSCI Emerging Markets registou uma subida de 0,4%, em USD, impulsionado, em parte, pelo mercado accionista chinês (Shanghai Stock Exchange, +2,2% em CNY).

Índices Accionistas

Evolução EuroStoxx-50

Cotações a 28/02/2025. Fonte: Bloomberg. Banco Invest

No plano das commodities, o Ouro registou mais um mês positivo, tendo apresentado uma valorização de cerca de 2,1%, em USD. No que diz respeito ao Petróleo, o mesmo apresentou perdas no mês de Fevereiro, com a cotação do barril WTI a registar uma variação de -3,8% em Fevereiro.

Commodities

Cotações a 28/02/2025. Fonte: Bloomberg. Banco Invest

Entre os pares cambiais, o destaque recai sobre o Euro, que perdeu terreno face à Libra Esterlina (1,3%).

Taxas de Câmbio

Evolução EUR/USD

Cotações a 28/02/2025. Fonte: Bloomberg. Banco Invest

A nível do mercado obrigacionista, as yields da dívida pública a 10 anos nos Estados Unidos registaram uma descida expressiva (-33 bp), encerrando o mês de Fevereiro nos 4,21%. Na Europa, as yields dos Bunds alemães e dos Gilts britânicos a 10 anos registaram variações menos significativas, fechando o período nos 2,41% (-5 bp) e 4,48% (-6 bp), respectivamente.

Taxas de Juro

Cotações a 28/02/2025. Fonte: Bloomberg. Banco Invest

No segmento de crédito, o índice Global Investment Grade (EurH) avançou 1,1%, enquanto o Global High Yield (EurH) apresentou uma variação mais significativa de +0,7%.

No campo da política monetária, as minutas da FED relativas à reunião de dia 29 de Janeiro mostraram que os responsáveis da Reserva Federal concordaram que seria necessário que a inflação descesse de forma mais sustentada antes de poder ser tomada a decisão de cortes adicionais na taxa de juro. Adicionalmente, manifestaram a sua preocupação com o possível impacto das tarifas anunciadas por Donald Trump, bem como a redução de impostos e desregulamentação.

Os responsáveis da FED indicaram que, desde que a economia permaneça perto do nível máximo de emprego, gostariam de ver mais progressos na inflação antes de fazer ajustes adicionais ao intervalo de taxa de juro.

No dia 19 de Fevereiro, Isabel Schnabel, membro da Comissão Executiva do Banco Central Europeu (BCE) sugeriu que poderá ter de ser feita uma pausa ou interrupção no ciclo recente de redução das taxas de juro, apontando também que a política monetária ainda se encontra em território restritivo.

Alguns responsáveis do BCE defenderam ainda que é urgente apoiar a economia europeia, com outros a afirmarem que o alívio monetário não deve encobrir fraquezas económicas mais profundas.