No mês de Janeiro foram publicados os dados da inflação referentes a Dezembro, que na Zona Euro apontaram para uma subida anual dos preços de 2,4%, em linha com as expectativas dos analistas. Em Portugal, o CPI revelou uma subida dos preços de 3,0%, também numa base anual, valor superior ao registado no mês anterior (2,5%).
A nível do mercado laboral da Zona Euro não se verificaram grandes alterações, com as taxas de desemprego das principais economias da região a permanecerem relativamente inalteradas. Como tal, no mês de Dezembro a taxa de desemprego da Zona Euro registou apenas um ligeiro aumento, tendo passado de 6,2% para 6,3%. Por outro lado, importa ainda realçar que o quadro de expansão económica moderada continua a ser sustentado pelos principais indicadores macroeconómicos, nomeadamente, os dados referentes ao PIB da Zona Euro que, no quarto trimestre de 2024, cresceu cerca de 0,9%, numa base anual.
Nos EUA, o índice S&P Global Composite PMI fixou-se nos 55,4 pontos, valor inferior à leitura do mês anterior, ao passo que as vendas a retalho de Dezembro registaram uma variação positiva (+0,4%) numa base mensal. No plano da inflação, o CPI avançou 2,9% em termos anuais, superando ligeiramente os 2,7% observados no mês anterior.
Nos Estados Unidos, o mês de Janeiro ficou marcado por desempenhos positivos dos índices S&P-500 e Nasdaq-100, que registaram variações de +2,7% e +2,2%, respectivamente.
Na Europa, o panorama foi mais favorável, com o EuroStoxx-50 a valorizar cerca de 8,0%. No plano nacional, o índice PSI terminou o mês em terreno positivo, tendo apresentado uma variação mensal de +2,3%. Entre as empresas que apresentaram maiores variações no mês encontram-se a Ibersol (+13,3%), os CTT (+11,1%), o BCP (+8,7%), a Altri (+8,7%) e a Semapa (+6,8%).
No mesmo sentido, nos mercados emergentes, o índice MSCI Emerging Markets registou uma subida de 1,7%, em USD, impulsionado, em parte, pelo mercado accionista brasileiro (MSCI Brasil, +12,3% em USD) e mexicano (MSCI Mexico, +3,6% em USD).
Índices Accionistas
No plano das commodities, o Ouro teve um mês positivo, tendo apresentado uma valorização de cerca de 6,6%, em USD. No que diz respeito ao Petróleo, o mesmo apresentou ganhos no mês, com a cotação do barril WTI a apresentar uma variação de +1,1% em Janeiro.
Commodities
Entre os pares cambiais, o destaque recai sobre o Euro, que no mês de Janeiro perdeu terreno face a algumas das principais divisas, nomeadamente, o Dólar Americano (-0,1%), o Franco Suíço (-0,4%) e a Libra Esterlina (-1,0%).
Taxas de Câmbio
A nível do mercado obrigacionista, as yields da dívida pública a 10 anos nos Estados Unidos registaram uma descida pouco expressiva (-3 bp), encerrando o mês nos 4,54%. Na Europa, as yields dos Bunds alemães e dos Gilts britânicos a 10 anos também não sofreram variações consideráveis, fechando o período nos 2,46% (+9 bp) e 4,54% (-3 bp), respectivamente.
Taxas de Juro
No segmento de crédito, o índice Global Investment Grade (EurH) avançou 0,3%, enquanto o Global High Yield (EurH) apresentou uma variação mais significativa de +1,2%.
No campo da política monetária, o destaque recai sobre a Reserva Federal (FED) que no dia 29 de Janeiro manteve a taxa de juro de referência inalterada, invertendo uma tendência recente de flexibilização da política monetária perante um cenário político e económico algo instável.
De acordo com o presidente da FED, Jerome Powell, a taxa de desemprego estabilizou num nível baixo nos últimos meses e as condições do mercado de trabalho mantêm-se sólidas, no entanto, a inflação continua ligeiramente elevada.
Esta decisão, tomada na primeira reunião desde que Donald Trump assumiu a presidência, vai em sentido contrário à vontade do actual presidente norte-americano, que desde logo tornou pública a sua opinião de que a FED deveria cortar as taxas o quanto antes.