A Nova Fronteira - O Potencial do Investimento Temático em Inovação

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A transformação estrutural dos mercados financeiros nas últimas décadas trouxe consigo uma mudança de paradigma na forma como se investe, contribuindo para o crescimento do interesse por estratégias de investimento temático.

Figura 1 – Evolução Global dos Activos sob Gestão em Investimento Temático, por Região

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Fonte: Morningstar Research (Dados a 30-Jun-24).

Num período de aceleração tecnológica sem precedentes, alguns dos temas que mais se destacam encontram-se associados à inovação, que surge como força motriz de disrupção e crescimento económico a nível global. Entre outros exemplos, vale a pena destacar tendências como a inteligência artificial, a biotecnologia ou a cibersegurança, que assumem um papel cada vez mais relevante.

 

Inovação: De Tema a Tese de Investimento

O investimento temático em inovação permite aos investidores fruir do crescimento de longo prazo gerado por mudanças estruturais e disrupção tecnológica. Ao contrário de abordagens tradicionais, estas estratégias não se restringem a sectores específicos ou regiões geográficas, optando pelo foco em ideias transformacionais com impacto multissectorial.

A inteligência artificial, por exemplo, já se encontra presente em praticamente todos os sectores — da saúde à indústria automóvel, das finanças à educação. Empresas que integram estas tecnologias tendem a apresentar vantagens competitivas significativas, bem como um potencial de crescimento acima da média.

Figuras 2 – Evolução do CAPEX das Maiores Empresas do Sector Tecnológico

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Fonte: Banco Invest, Bloomberg.

Face ao exposto, apresentamos, de seguida, alguns dos subtemas que emergem com relevância própria no contexto da inovação:

- 5G e Telecomunicações: A nova geração de conectividade está a redefinir a forma como os dispositivos comunicam, facilitando o desenvolvimento de diversas ferramentas, das aplicações em tempo real aos veículos autónomos.

- Smart Cities: A urbanização crescente obriga à criação de cidades mais eficientes, sustentáveis e tecnológicas. Como tal, novas soluções desenvolvidas em áreas como a energia, mobilidade, infraestrutura digital ou segurança urbana representam um vasto leque de oportunidades.

- Biotecnologia: Alguns eventos recentes, como a pandemia da COVID-19, aceleram o processo de inovação em áreas como a saúde. Terapias genéticas, o diagnóstico remoto ou a medicina personalizada são apenas alguns dos segmentos em franca expansão.

- Cibersegurança: Num mundo cada vez mais digital, a segurança da informação tornou-se uma prioridade. A crescente frequência e sofisticação dos ataques informáticos colocam a cibersegurança no centro das preocupações empresariais e governamentais.

- Megatendências: As mudanças demográficas, alterações climáticas, escassez de recursos ou a transição energética constituem alguns exemplos das forças que convergem com a inovação tecnológica, criando um campo fértil para soluções disruptivas.

 

Conclusão

Investir em inovação significa, acima de tudo, adoptar uma visão de longo prazo. Tal como a revolução industrial transformou o mundo no século XIX, a revolução tecnológica em curso está a redesenhar profundamente o tecido económico e social. Embora possa apresentar alguma volatilidade no curto prazo, este universo temático tende a gerar retornos assimétricos para os investidores pacientes e selectivos.

Como tal, confrontados com uma conjuntura em que a inovação assume um papel cada vez mais relevante, o investimento temático surge como uma aposta no futuro, que possibilita a exposição a tendências estruturais ligadas, por exemplo, à inteligência artificial, segurança ou biotecnologia.

Ao mesmo tempo, importa referir que a crescente oferta de veículos de investimento, como é o caso de alguns fundos de investimento temático, torna este tipo de exposição mais acessível, mesmo para investidores individuais.

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