
O que funcionou para uma geração, precisa muitas vezes de ser reformulado para a seguinte devido a mudanças na dinâmica do mercado, novas ferramentas, tecnologias e progresso nas tendências socioeconómicas e culturais.
Durante décadas, duas ideias constituíram a base para os investidores de longo prazo mas o mundo está a evoluir a uma velocidade sem precedentes.
Carteira 60/40
Uma carteira constituída por 60% acções e 40% obrigações foi a base da gestão de património durante décadas.
A diversificação entre acções e obrigações proporcionou uma estratégia tranquila que os investidores apreciaram ao longo das gerações. As acções impulsionaram o crescimento enquanto as obrigações proporcionaram o rendimento.
Contudo, agora em 2025, a inflação mais elevada, as taxas de juro voláteis e as correlações mais estreitas entre os mercados globais, pressionaram esta estratégia.
Por exemplo, em 2022, o índice S&P 500 afundou 18% enquanto o Bloomberg Aggregate Bond Index também caiu 13%.
Actualmente, os investidores estão a ser mais criteriosos e proactivos, misturando classes de activos alternativas, como private equity, imobiliário, matérias-primas e até activos digitais, para reforçar a diversificação e gerar fluxos de risco e de retorno não correlacionados.

Dollar-Cost Averaging
Outra estratégia de investimento largamente adoptada, é o Dollar-Cost Averaging em que se investe uma quantia fixa de dinheiro num activo financeiro em intervalos regulares, independentemente do preço do activo no momento. Quando o preço do activo sobe, compra-se menos unidades e quando está mais baixo, compra-se mais unidades, reduzindo o impacto da volatilidade do mercado porque o investidor não tenta "adivinhar" o melhor momento para investir.
Actualmente vivemos num mundo TikTok com vídeos de 15 segundos e entregas no mesmo dia através da Amazon.
A nossa cultura já não recompensa a paciência.
Por isso, não é surpresa que muitos investidores de retalho estejam a rejeitar estratégias que só darão retornos daqui a décadas.
A carteira 60/40 e o Dollar-Cost Averaging não estão mortos porque ainda desempenham um papel importante na construção de carteiras mas já não são verdades incontestáveis e adequadas para todos.
No ambiente actual, os investidores precisam de se adaptar, e não abandonar, estes antigos paradigmas de investimento por completo.
O mais difícil não é a matemática, é resistir à pressão de um mundo que avança mais depressa do que a capitalização alguma vez poderia.
Fonte: J.P. Morgan Guide to the Markets