O Euro já não é a segunda maior componente das reservas cambiais globais porque foi superado pelo ouro. O dólar norte-americano e as obrigações do Tesouro dos EUA ainda dominam as reservas mundiais mas a sua participação tem diminuído recentemente a favor do ouro.
O ouro representa cerca de 20% das reservas mundiais, em comparação com os 16% do Euro.

Esta mudança não parece ser de curto prazo, é uma megatendência com enormes implicações que os investidores não podem ignorar.
De acordo com um inquérito recente do World Gold Council a 57 bancos centrais, a principal razão pela qual detêm ouro é devido ao seu papel como reserva de valor de longo prazo e uma protecção comprovada contra a depreciação da moeda.
Durante décadas, as obrigações do Tesouro dos EUA foram consideradas o melhor activo de refúgio porque o seu mercado é o maior e mais líquido do mundo. Contudo, os bancos centrais têm reduzido constantemente a sua exposição ao dólar e aumentado o do ouro sinalizando que a confiança nos activos norte-americanos está a diminuir.
No passado, o economista John Maynard Keynes descartou o ouro como uma "relíquia bárbara" após o fim do padrão-ouro na década de 1970. Os bancos centrais nessa altura pareciam concordar, vendendo as suas barras de ouro durante décadas mas essa tendência inverteu-se completamente agora.
Hoje o preço do ouro está a negociar acima da barreira psicológica dos 4.000 dólares novamente. O metal amarelo recupera após ter atingido mínimos de três semanas nos últimos dia. O ouro atingiu um máximo histórico de 4.381,21 dólares por onça no dia 20 de Outubro.
Resta saber se ouro vai continuar um activo indispensável para a maior parte das carteiras ou voltar a ser uma "relíquia bárbara”.
Fonte: Bloomberg, FMI, World Gold Council