
Outubro é o mês mais assustador do ano e não é só por causa do Halloween. O décimo mês do ano marca oficialmente o início do quarto trimestre e é o mês em que se verificou as maiores quedas da história do mercado, como em 1929 e 1987.
O Crash de 1929 resultou da combinação de optimismo desmedido e alavancagem excessiva. A crença de que as acções subiriam para sempre levou os investidores a comprometerem o futuro em busca de ganhos fáceis. Até que, entre os dias 24 e 29 de Outubro, as vendas transformaram-se em pânico. Foi o início da Grande Depressão que se estendeu por toda a década de 1930 e que nos lembra de que o excesso de optimismo pode ser tão perigoso quanto o medo.
O Crash de 1987, por sua vez, foi um choque diferente. Num único dia, 19 de Outubro, o índice Dow Jones caiu mais de 22%, algo inédito até então. A combinação de avaliações elevadas, subida de juros e estratégias automatizadas de venda em cascata potencializou a queda. Foi um pânico rápido, violento, mas que não se converteu numa depressão prolongada como em 1929.
Em termos históricos, a volatilidade de Outubro é cerca de 33% superior aos restantes 11 meses do ano. Nenhum outro mês chega perto.
Contudo, o mesmo mês que assusta os investidores, muitas vezes é o mesmo que inicia o rally do final do ano. Segundo os dados da Citadel, 26 de Outubro é normalmente o ponto mais baixo para o índice S&P 500 no quarto trimestre. Em suma, as quedas do final de Outubro geralmente são o começo do período de negociação mais forte do ano.
Este ano, o índice S&P 500 já valorizou mais de 32% desde Abril e no terceiro trimestre ganhou 6%.
Contudo, a volatilidade realizada e implícita do índice S&P 500 está significativamente abaixo da média histórica, com o benchmark a variar apenas 0,3% em média para cada lado nos últimos 20 dias de negociação.
O mês de Outubro está repleto de catalisadores: época de resultados do 3.º trimestre, reunião da Reserva Federal no dia 29 de Outubro, em algum momento, os dados do emprego e inflação. A curva de volatilidade implícita está a acelerar até o final do mês.
Fonte: Bloomberg, Goldman Sachs, LPL Financial