Quando se vê uma barata, é provável que haja mais: JPM alerta sobre crédito privado

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Na conferência de apresentação de resultados do JP Morgan esta semana, o CEO, Jamie Dimon usou a seguinte frase a propósito da recente falência da First Brands, uma fabricante de peças de automóvel, e da Tricolor, uma empresa de crédito automóvel de elevado risco.

Quando se vê uma barata, é provável que haja mais

Jamie Dimon, CEO do JP Morgan

O JP Morgan teve de reconhecer uma perda de 170 milhões de dólares com a falência da Tricolor e admitiu que não foi o "melhor momento" do banco e que mais perdas de crédito ainda podem surgir.

Ontem foi o segundo pior dia para os bancos regionais nos Estados Unidos desde Março 2023.

regiaoOs bancos regionais Zions Bancorp e Western Alliance Bancorp foram os mais penalizados. Estes bancos foram vítimas de fraude, num caso que envolvia a cedência de crédito a fundos geridos por Andrew Stupin e Gerald Marcil, destinados a financiar a compra de hipotecas comerciais em dificuldades. Os bancos descobriram irregularidades graves, como transferências fraudulentas de garantias, criação de apólices de seguro falsas e levantamento de fundos de contas de garantia que deveriam manter um saldo mínimo mensal de 2 milhões de dólares mas, em Agosto de 2025, uma delas tinha apenas pouco mais de mil dólares.

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De acordo com o FMI, verificou-se um aumento considerável de entidades não-bancárias, como hedge funds, fundos de investimento e bancos de investimento, entre outros, que actuam como bancos. Contudo, os não-bancos não estão sujeitos à vigilância e apertadas exigências regulatórias dos bancos. Esta regulação representa um custo elevado para os bancos, por isso, quem não está sujeito a elas consegue retornos melhores para o capital, o que contribuiu para explicar porque têm conseguido atrair níveis elevados de investimento.  
 
Estes não-bancos já detêm 50% dos activos financeiros a nível mundial, dando um salto face aos 43% de quota que tinham na última crise financeira global, em 2008.  

Para além disso, verifica-se uma crescente interdependência entre bancos e não-bancos, com os segundos a dependerem cada vez mais dos primeiros para o seu financiamento. A exposição é já elevada: em média estas entidades parabancárias já representam 9% do total de empréstimos dos bancos nos EUA e Europa, num total de 4,5 biliões de dólares. 

nonbankResta saber se uma nova crise financeira está a fermentar ou se as "baratas" serão mortas atempadamente.

 

Fonte: FMI, ZeroHedge

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