Risco de perda vs Certeza de perda

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“O investimento em bolsa tem risco de perda, mas os depósitos têm tido certeza de perda.”

Maria Luís Albuquerque, Comissária Europeia | Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos

A afirmação de que “o investimento em bolsa tem risco de perda, mas os depósitos têm tido certeza de perda” assenta numa análise simples da relação entre retorno e inflação.

Nos depósitos bancários, o capital nominal está protegido até ao limite do Fundo de Garantia de Depósitos, o que transmite uma sensação de segurança. Contudo, nos últimos anos as taxas de juro oferecidas pelas instituições financeiras foram muito baixas — frequentemente inferiores à taxa de inflação. Isto significa que, apesar de o valor nominal permanecer intacto, o poder de compra do dinheiro depositado diminui com o tempo. Assim, manter poupanças em depósitos a prazo pode traduzir-se numa perda garantida em termos reais.

Já o investimento em bolsa expõe o investidor a oscilações de mercado, o que implica risco de perda no curto prazo. Porém, a evidência histórica mostra que, a médio e longo prazo, os mercados accionistas tendem a oferecer rendibilidades superiores à inflação, permitindo preservar e até aumentar o valor real do capital investido.

Em síntese, os depósitos asseguram estabilidade nominal mas implicam frequentemente uma perda real de poder de compra, enquanto os investimentos em bolsa comportam risco de curto prazo mas oferecem uma probabilidade superior de retorno real positivo no longo prazo.

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