
Desde 1978 que Jackson Hole no Estado norte-americano de Wyoming, acolhe o mais importante encontro anual de política monetária do mundo, reunindo os presidentes dos principais bancos centrais. O Simpósio, que inicialmente focava na política monetária e o seu impacto no desenvolvimento agrícola, ganhou destaque ao longo dos anos por antecipar discussões que podem influenciar os mercados globais e para os líderes dos bancos centrais aproveitarem para fazer anúncios inéditos.
Este ano, o evento será realizado entre os dias 21 e 23 de Agosto com o tema "Mercados Laborais em Transição: Demografia, Productividade e Política Macroeconómica". O discurso do Presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, na Sexta-feira pelas 15h00, é tradicionalmente o momento mais aguardado do evento. A expectativa do mercado é que Powell adopte um tom mais "dovish", fornecendo pistas sobre o corte de juros que a Fed implementará. Contudo, no caso de Powell sinalizar nenhuma descida das taxas de juro, poderá levar a um sell-off das bolsas, tal como em 2020 quando revelou mudanças na meta de inflação da Fed.
O Banco Central da China também estará no centro das atenções porque será anunciada a decisão sobre as taxas de juro a 1 e 5 anos dos empréstimos na Quarta-feira mas não são esperadas alterações às taxas de 3,00% e 3,50%, respectivamente. No mesmo dia, será a vez do Riksbank, banco central da Suécia anunciar a sua decisão sobre as taxas de juro mas não são esperadas alterações aos juros de 2%.
Espera-se que quase todos os bancos centrais cortem as taxas de juro directoras este ano mas o Banco do Japão é a rara excepção porque deverá começar a subir as taxas de juro. Na Sexta-feira aguarda-se os dados da inflação no Japão. O índice de preços ao consumidor cresceu 3,3% YoY em Junho, muito acima da meta de 2% do banco central. Os economistas esperam que a taxa de inflação desacelere para 3,1% em Julho
Em temos macroeconómicos, espera-se a divulgação dos índices PMI no Japão, França, Alemanha, Zona Euro, Reino Unido e Estados Unidos na Quinta-feira. Nos Estados Unidos, serão também divulgadas as licenças de construção no dia 19 e vendas de casas usadas na Quinta-feira. Na Zona Euro serão revelados os dados finais da taxa de inflação no dia 20 e a confiança do consumidor no dia seguinte.
A época de resultados do 2.º trimestre entra na recta final com apenas 3% das empresas do índice S&P 500 a revelarem as suas contas até Sexta-feira.
Esta semana será repleta com o anúncio de resultados trimestrais das retalhistas tais como Home Depot (dia 19), Target e Lowe's (dia 20), Walmart e Ross Stores (dia 21).
Fonte: BofA, Earnings Whispers, Reuters