Síntese Trimestral - Invest Tendências Globais PPR

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O segundo trimestre do ano de 2025 ficou marcado por uma performance positiva do Fundo Invest Tendências Globais, com uma rendibilidade de +1,3%. Este valor compara com um retorno de 2,6% para o MSCI WORLD Total Return. Desde o início de actividade, em 1 de Julho de 2022, o Fundo obteve um retorno anualizado positivo de 13,6% vs 13,8% para o MSCI WORLD EUR Total Return, o que se traduz numa underperformance anualizada de 20 bp. É importante realçar que este desempenho foi obtido subindo um pouco menos que o mercado nos momentos positivos (0,92x) e caindo menos que este nos períodos negativos (0,94x).

2-Jul-07-2025-04-08-39-4449-PMNeste trimestre, a suportar o crescimento do Fundo estiveram a generalidade dos constituintes do mesmo, nomeadamente, empresas dos sectores de Tecnologia, Consumo Defensivo e Saúde. Entre os sectores com pior performance destacam-se Infraestruturas e Consumo Discricionário, cuja exposição é reduzida.

Importa ainda destacar o processo de investimento do Fundo, no sentido que o mesmo é a chave por detrás do seu desempenho. O Fundo tem uma perspectiva de longo prazo, assente numa rotação baixa da carteira, que deverá contar com níveis de concentração substanciais. Assim, o Fundo procura investir em empresas expostas a tendências estruturalmente atractivas a médio-longo prazo e que possuam:


  • Elevadas rendibilidades sobre os capitais investidos (ROIC), obtidas de forma recorrente;
  • Vantagens competitivas altamente difíceis de replicar;
  • Alocação de capital eficiente;
  • Baixos níveis de endividamento;
  • Possibilidade de crescimento acima da média do sector em que se inserem;
  • Equipas de gestão com track record positivo;
  • Boas classificações ESG.

Estes princípios que regem o processo de investimento, traduzem-se numa carteira com 32 constituintes e que apresenta as seguintes métricas vs o MSCI WORLD:

3-Jul-07-2025-04-09-33-0581-PMNo trimestre que agora termina, o nível de rotação da carteira foi reduzido. Em linha com o referido, foram vendidas as posições que o Fundo detinha na O’Reilly Auto Parts e na Unitedhealth. No primeiro caso esta decisão resultou de uma valuation cara que em nosso entender implicava retornos prospectivos inferiores ao nosso threshold interno.

Quanto à Unitedhealth decidimos desinvestir na sequência de uma reunião com a empresa onde não ficou claro como eventuais alterações de preços dos serviços poderiam afectar a sua margem nem tão pouco como a mesma pretendia atingir o guidance de crescimento a que se propunha. Fizemo-lo em Abril em torno dos 540 USD por acção.

Foram constituídas novas posições na Safran e na Copart, pelas razões que serão expostas de seguida.

Principais Destaques na Carteira do Fundo

7-Jul-07-2025-03-21-08-0808-PM

A Copart é uma empresa norte-americana líder global no fornecimento de serviços de remarketing e leilão online de veículos, com um modelo de negócio baseado numa plataforma digital proprietária que liga seguradoras, frotas, governos e concessionários a uma vasta rede de compradores, incluindo sucateiros, revendedores e exportadores. A empresa opera mais de 200 centros em mais de uma dezena de países, principalmente nos EUA, estando também presente em países como o Reino Unido, a Alemanha e o Brasil.

O modelo de negócio da Copart distingue-se pela elevada eficiência operacional, escalabilidade e baixa intensidade de capital, uma vez que a empresa actua em parte como intermediário entre vendedores e compradores, sem assumir o risco de inventário. As receitas provêm de taxas cobradas a ambas as partes da transacção, o que possibilita a existência de margens elevadas e forte geração de caixa. O principal "moat“ reside na combinação de tecnologia proprietária, com a sua plataforma que permite leilões online em tempo real com escala global, uma rede logística e de armazenagem inigualável, tal como relações exclusivas com seguradoras, que canalizam volumes consistentes de veículos sinistrados para leilão. Estes factores tornam este modelo difícil de replicar, mesmo para players com capacidade financeira.

No trimestre terminado em Abril, a Copart reportou um crescimento de 7,5% nas receitas, impulsionado pelo aumento das unidades leiloadas e por um valor médio por veículo mais elevado. De resto, a empresa continua a beneficiar de uma oferta sólida de veículos por parte de seguradoras, num contexto de custos de reparação crescentes. No plano financeiro, a Copart apresenta um balanço sólido, sem dívida financeira relevante, o que lhe dá flexibilidade para investir na expansão internacional e aquisições.

Num mercado ainda pouco penetrado fora dos EUA e com tendências favoráveis (e.g., envelhecimento da frota automóvel), a Copart continua a apresentar um perfil de crescimento sustentável, com um retorno sobre o capital investido muito superior à média do mercado. Neste contexto, e apesar da valorização recente das acções, mantemos uma visão positiva sobre a Copart, tendo aberto uma posição na empresa.

1-Jul-07-2025-03-56-19-5693-PMA Safran é líder global nos sectores aeroespacial e de defesa, com um modelo de negócio centrado no desenvolvimento, produção e manutenção de motores aeronáuticos, bem como em sistemas de propulsão e outros equipamentos destinados à aviação civil e militar. O principal pilar da sua actividade reside no segmento de motores para a aviação civil, em particular, os da linha LEAP, desenvolvida em parceria com a GE no âmbito de uma joint venture. Estes motores equipam uma fatia significativa da frota global de aviões comerciais de corredor único, incluindo o Airbus A320neo e o Boeing 737 MAX.

O modelo de negócio da Safran é particularmente atractivo pela natureza dual das suas receitas. A venda de motores representa apenas uma parte do valor económico gerado pela empresa, sendo que o principal driver de rentabilidade advém da actividade de aftermarket (manutenção, reparação e revisão) que garante fluxos de caixa recorrentes ao longo de décadas. Este modelo abre a porta à existência de margens elevadas, resultados previsíveis e constitui ainda uma vantagem competitiva difícil de replicar, fruto do know-how da empresa e dos longos ciclos de desenvolvimento dos motores.

No primeiro trimestre de 2025, a Safran apresentou um desempenho operacional robusto, com um crescimento orgânico das receitas a rondar os 14% (YoY). O segmento de Propulsão foi o principal motor de crescimento dado o aumento de 25% registado na venda de peças de substituição para motores civis (principalmente os motores CFM56 e de alto impulso). Do ponto de vista financeiro, a empresa mantém um balanço sólido, com uma posição de caixa líquida e um perfil de geração de fluxos de caixa resiliente. A empresa reafirmou o guidance para 2025, com um objetivo de FCF superior a 3,0 mil milhões de euros.

Face ao exposto, mantemos uma visão constructiva sobre a Safran. A posição dominante em motores para a aviação civil aliada à natureza recorrente e altamente rentável da actividade de serviços suportam a nossa decisão de abrir uma posição na empresa. A avaliação (Forward P/E ligeiramente superior a 30x) não nos parece excessiva dado o histórico dos últimos anos e a qualidade global da empresa, que o mercado tem vindo a reconhecer, com as acções a registar uma valorização de +31,5% desde o início do ano.

Os maiores contribuidores e detractores para a performance do Fundo durante o último trimestre:

Principais Detractores:

5-Jul-07-2025-04-11-37-3302-PMPrincipais Contribuidores:

4-Jul-07-2025-04-10-57-9646-PMNo que diz respeito aos principais contribuidores do Fundo no último trimestre, destacamos a performance das seguintes acções: Microsoft, TSMC, Amazon, Meta e Booking Holdings.

Durante o trimestre que passou, os mercados acionistas recuperaram após o choque inicial causado pelas políticas alfandegárias de Donald Trump. Contrariamente, o dólar continuou a sua trajectória de depreciação terminando o semestre o par EUR/USD nos 1,1787, 14 figuras acima do final de 2024 e 10 acima do final de Março de 2025.

Dentro deste contexto empresas como a Microsoft, cujo negócio é desenvolvido apenas em 50% nos Estados Unidos e cujos custos são maioritariamente denominados em USD, acabam menos prejudicadas neste ambiente de desvalorização do USD. A isto acresce o facto da empresa vender essencialmente serviços difíceis de taxar e com grande visibilidade futura. Por estes motivos, o mercado recompensou a acção neste ambiente desafiante em termos de política internacional.

O mesmo pode ser dito em menor escala da Amazon e da Meta Platforms ainda que estas 2 empresas tenham exposição ao ecommerce. Salientar no caso da última o facto da aplicação de AI nas operações ter permitido taxas de crescimento de receitas muito interessantes. Relativamente a Amazon ainda que possa sofrer algum impacto das tarifas no segmento de ecommerce, terá o segmento de AWS relativamente imune a esses problemas.

A TSMC viu o mercado reconhecer a sua posição quase monopolista no fabrico de semicondutores de ponta, algo que há 3 anos parecia não ser claro para muitos que depositaram esperanças vãs numa deslocalização rápida de Taiwan, ignorando o facto de se tratar de um processo industrial muito complexo. Ao controlar a manufactura destes artigos essenciais para os investimentos em AI, a empresa tem a capacidade de imputar margens de lucro elevadas, fazendo offset a alguma fraqueza que se verifica noutros segmentos de mercado.

Relativamente à Booking Holdings recuperou essencialmente porque, na inexistência de uma crise económica grave, continua, com ou sem tarifas, a ser a empresa sólida que apresentámos no trimestre anterior com uma posição muito forte como a agência de viagens online líder a nível global, com uma presença especialmente forte no mercado Europeu.

Entre os detractores destaque para a LVMH, que foi penalizada pelo ambiente descrito acima com tarifas e USD mais fraco assim como pelo continuar do abrandar no consumo na china. Se não tínhamos apontado nada de fundamental para a subida da Berkshire no trimestre transacto, também não apontamos na descida, pois cremos que a sucessão de Warren Buffett encontrava-se já preparada com a entrada em cena de Greg Abel.

Relativamente à Visa e à Linde não vemos nada diferente de estrutural nas teses de investimento que seja de salientar. Quanto à Copart, as margens saíram um pouco abaixo do esperado pelos analistas e o inventário caiu, o que pode indiciar um próximo trimestre mais fraco. No entanto, a força do balanço e a posse dos terrenos onde a empresa opera são factores que consideramos assegurar a sua posição competitiva a longo prazo.

 

Política de Investimento

O objectivo do Fundo enquanto fundo de poupança-reforma, é incentivar a poupança de longo prazo, como complemento de reforma, através de uma carteira diversificada de acções emitidas por empresas sedeadas nas diversas zonas geográficas, com capitalização bolsista e liquidez elevadas, selecionadas de forma activa e discricionária. O tipo de gestão efectuada pela entidade responsável pela gestão será activa. Atendendo ao regime legal específico deste tipo de fundos, o Fundo destina-se a investidores não profissionais que assumam uma perspectiva de valorização das suas poupanças a longo prazo. O património do Fundo será investido, no mínimo, 85% em acções, obrigações convertíveis, ou que confiram direito à subscrição de acções, ou outros instrumentos que permitam uma exposição aos mercados accionistas, designadamente participações em instituições de investimento colectivo cuja política de investimento seja maioritariamente por acções.
O Fundo não privilegiará, em termos de investimentos, geografias ou sectores económicos específicos. O Fundo não pode investir mais de 30% do seu valor líquido global em entidades de participação de outros fundos de investimento. Em condições normais, o Fundo não efectuará cobertura de risco cambial, salvo se a gestão o considerar como adequado face às expectativas de que as moedas estrangeiras se possam depreciar de forma relevante.
O Fundo poderá recorrer a instrumentos financeiros derivados nomeadamente futuros e opções, com os seguintes objectivos: 1) cobertura de riscos de variação do preço dos activos em carteira ou de variabilidade dos rendimentos; 2) obtenção de exposição adicional aos diferentes mercados em que investe.

 

Informação Relevante

Entidade Gestora: Invest - Gestão de Activos
Banco Depositário: Banco Invest
Entidade Colocadora: Banco Invest
Início de Actividade: 1 de Julho de 2022
ISIN: PTARMJHM0003
Política de Rendimentos: Não distribui rendimentos
Comissão de Gestão / Depositário: 1,50% p.a.
Comissão de Resgate:  0%
 
Esta é uma comunicação promocional. Consulte o prospeto do Fundo e as informações fundamentais destinadas aos investidores, disponíveis na língua portuguesa em www.bancoinvest.pt, para consulta em suporte duradouro, ou nos balcões do Banco Invest S.A., para consulta em papel, antes de tomar quaisquer decisões de investimento finais. 

A composição e os pesos dos activos em carteira pode variar ao longo do tempo, em função das perspectivas do gestor. Taxas de rendibilidade e risco calculadas com base na cotação do Fundo a 30-Junho-24. Taxas de rendibilidade líquidas de comissão de gestão e depositário e não líquidas de comissões de subscrição e resgate. O desempenho anterior não garante resultados futuros.

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