
Num mundo de mercados voláteis, expectativas económicas incertas e ciclos financeiros imprevisíveis, a diversificação e a consistência tornaram-se pilares fundamentais de qualquer estratégia de investimento sólida.
É neste contexto que surge a gama de fundos SMART Invest, composta por três sub-fundos — SMART Conservador, SMART Moderado e SMART Dinâmico — desenhados para se adequarem a diferentes perfis de risco, mantendo um objectivo comum: a valorização do capital investido a médio-longo prazo, através de uma alocação de activos estratégica, rebalanceamento regular e estrutura de custos eficiente.
A Importância da Alocação de Activos
A alocação de activos é amplamente reconhecida como o principal determinante da rendibilidade e do risco de uma carteira. Estudos académicos de referência, como o de Brinson, Hood & Beebower (1995) [1] demonstraram que 93,6% da rendibilidade de uma carteira é explicada pela alocação de activos.
Posteriormente, Ibbotson & Kaplan (2000) [2] confirmaram que a política de alocação é responsável por cerca de 90% da variância do desempenho e por 100% da rendibilidade média dos fundos analisados.
Face ao exposto, é possível concluir que a forma como um investidor distribui o seu capital entre diferentes classes de activos assume maior relevância do que o timing de mercado ou a selecção de activos específicos.
Evolução das Várias Classes de Activos
Historicamente, nenhuma classe de activos lidera consistentemente o desempenho ano após ano. A alternância entre anos de retornos positivos e negativos é comum, refletindo as fases dos ciclos económicos, alterações nas políticas monetárias e outros fatores geopolíticos.
Figura 1 – Desempenho Anual de Diferentes Classes de Activos (2004-2024)
Fonte: Invest GA, Bloomberg. Acções: MSCI Daily TR Net World Equity (Eur); Obrigações: Barclays Capital Global Aggregate Bond Index (Eur); Commodities: S&P GSCI Official Close Index TR (Eur); Imobiliário: FTSE EPRA/NAREIT Developed Real Estate Index (Eur); e Monetário: Euribor 1 mês.
Esta instabilidade reforça a importância da diversificação entre classes de activos e regiões geográficas, como prática essencial para suavizar os ciclos negativos e aproveitar as oportunidades em diferentes mercados.
Neste contexto, a filosofia de gestão Robot-Adviser dos fundos SMART Invest permite tirar partido da diversificação proporcionada pelos ETF's (Exchange Traded Funds), garantindo exposição a diferentes mercados de forma optimizada. A 31 de Maio de 2025, as alocações dos fundos SMART eram as seguintes:
Figura 2 – Alocação por Classes de Activos dos Fundos SMART Invest
Fonte: Invest GA. 1 Alocação em 31-Mai-25; 2 Volatilidade realizada desde o início do fundo (06-jan-21); 3 Indicador Sintético de Risco e Remuneração desde o início do Fundo (escala de 1 a 7).
Desempenho e Risco dos Fundos SMART Invest
Os três sub-fundos da gama SMART foram construídos para proporcionar diferentes combinações de risco e retorno, adaptadas a perfis de investidor distintos. A sua performance reflecte o impacto directo da alocação de activos no comportamento das carteiras em diferentes ambientes de mercado.
Figura 3 – Desempenho e Nível de Risco dos Fundos SMART Invest
Fonte: Invest GA. Dados de 06-Jan-21 a 31-Mai-25. Rendibilidades Líquidas de Comissões.
Estratégias de Investimento: O Poder do Dollar Cost Averaging (DCA)
Conceito introduzido por Benjamin Graham no clássico The Intelligent Investor, o Dollar Cost Averaging (DCA) consiste em investir montantes fixos em intervalos regulares, independentemente do comportamento do mercado. Este método evita a tentação de procurar "acertar o timing" do mercado e promove disciplina e consistência.
Numa óptica de longo prazo, o investimento regular nos fundos SMART Invest através de estratégias como o DCA pode ser vantajoso. No gráfico seguinte apresenta-se a evolução do valor de uma carteira investida numa estratégia semelhante à do SMART Dinâmico, para um investidor que adoptou o DCA:
Figura 4 – Aplicação do DCA a uma Estratégia Análoga à do SMART Dinâmico
Fonte: Invest GA. Dados de 06-Jan-21 a 31-Mai-25. Rendibilidades Líquidas de Comissões.
Conclusão
Os Fundos SMART combinam uma abordagem prática à gestão de investimentos com algumas das conclusões oriundas do meio académico, no que diz respeito à alocação de activos.
Com uma estratégia diversificada, rebalanceamento regular e estrutura eficiente, os fundos desta gama constituem um veículo ideal para investidores que valorizam disciplina, consistência e foco no longo prazo. Neste contexto, o uso de estratégias como o Dollar Cost Averaging pode também fazer particular sentido quando aplicada ao investimento nestes fundos.
[1] Gary P. Brinson, L. Randolph Hood & Gilbert L. Beebower (1995), Determinants of Portfolio Performance, Financial Analysts Journal.
[2] Roger G. Ibbotson and Paul D. Kaplan (2000), Does Asset Allocation Policy Explain 40, 90 or 100 Percent of Performance?, Financial Analysts Journal.