
Ontem, o Banco Nacional Suíço cortou a sua taxa de juro directora para zero e não descartou a possibilidade de retornar os custos dos empréstimos a território negativo no futuro, o que seria a primeira vez desde 2022. Esta foi a resposta à desaceleração da inflação, ao franco suíço mais forte e à incerteza económica causada pela imprevisível política comercial dos Estados Unidos.
A Suíça tem sido historicamente vista como um refúgio em tempos de incerteza devido à sua estabilidade política, economia robusta e neutralidade. O franco suíço é uma moeda forte, frequentemente considerado um "porto seguro" em crises globais.
Em Maio, o índice de preços ao consumidor desceu 0,1% em relação ao ano anterior e as novas previsões do banco central revelam que a inflação ficará apenas nos 0,2% este ano e 0,5% no ano seguinte. Esta evolução deve-se principalmente ao franco suíço, que se apreciou em relação ao dólar e ao euro desde que Trump assumiu o cargo de Presidente dos Estados Unidos em Janeiro.
No entanto, este não foi o único corte de taxas de juro esta semana. O Riksbank também desceu, tal como esperado pelos economistas, a taxa de juro directora na Suécia, em 25 pontos base para 2,00%, na Quarta-feira. Este tem sido um dos bancos centrais mais agressivos, com cortes de 200 pontos-base desde Maio de 2024.
A coroa sueca tem sido a moeda com melhor desempenho este ano entre as 10 principais moedas do G-10, valorizando-se 15% em relação ao dólar e também ajudando a reduzir o risco de inflação importada.O Norges Bank também avançou ontem com um corte de um quarto de ponto, para 4,25%, que nenhum dos economistas previa. Esta foi a primeira edução desde 2020 tendo em conta que o Norges Bank tem sido o mais cauteloso entre os bancos centrais de mercados desenvolvidos em relação aos cortes de juros.
Por outro lado, o Banco do Japão, o Banco da Inglaterra e a Reserva Federal dos EUA mantiveram as taxas de juro directoras esta semana.
As decisões desta semana confirmam a flexibilização dos bancos centrais na Europa, contrastado a abordagem de esperar para ver predominante no resto do mundo. A elevada incerteza sobre o crescimento económico e a inflação está a complicar a tomada de decisões pelos bancos centrais.
Fonte: Reuters