Os membros do Conselho do Banco Central Europeu não vão conseguir ter umas férias tranquilas este Verão. Na próxima reunião de política monetária, que decorre nos dias 4 e 5 de Junho em Frankfurt, prevê-se a oitava descida consecutiva de 25 pontos-base nas taxas de juros directoras na Zona Euro. A taxa de depósito deverá atingir os 2%, ou seja, metade do valor que estava no ano passado. Os membros "hawkish" não querem mais cortes mas a autoridade monetária europeia tem que equilibrar o combate à inflação com o apoio ao crescimento económico.
A economia europeia está muito dependente das exportações, aumentando a pressão sobre a União Europeia em relação à negociação das tarifas norte-americanas. Por isso, todas as opções, monetárias e fiscais, precisam de ser mantidas em aberto, especialmente com o fortalecimento do euro que penaliza a economia já débil.
De acordo com o inquérito do Banco Central Europeu, publicado hoje, as expectativas dos consumidores europeus para os próximos 12 meses apontam para uma taxa de inflação a subir pelo segundo mês consecutivo, rendimentos a encolher e crédito mais caro.
As famílias esperam uma taxa de inflação de 3,1% nos próximos 12 meses, um aumento em relação aos 2,9% previstos em Março. Esta nova estimativa é notavelmente mais alta do que a meta de inflação do BCE de 2%. No entanto, as projecções do BCE sugerem que o crescimento dos preços provavelmente desacelerará devido a vários factores, incluindo crescimento económico fraco, aumentos salariais modestos, custos de energia reduzidos e um euro mais forte. Apesar das expectativas de inflação de curto prazo elevadas, a sondagem revelou que o crescimento dos preços para os próximos três a cinco anos deverá permaneçer estável.
O mercado espera dois cortes pelo Banco Central Europeu até o final do ano de 2025.
O inquérito Eurobarómetro, que foi realizado entre 26 de Março e 22 de Abril de 2025 nos 27 Estados-Membros, divulgado hoje, revelou o maior apoio de sempre à moeda única, tanto na União Europeia (74%) como na Zona Euro (83%). No que diz respeito à percepção da situação da economia europeia, 44% dos europeus consideram-na boa, enquanto 48% consideram-na má. A maioria dos cidadãos (43%) continua a acreditar que a situação económica europeia se manterá estável nos próximos 12 meses.
Para além disso, verificou-se o nível mais elevado de confiança na União Europeia em 18 anos. 52% dos europeus confiam na UE, o maior resultado desde 2007. O nível de confiança é mais elevado entre os jovens de 15 a 24 anos (59%). Ao mesmo tempo, 36% dos europeus afirmam confiar no seu governo nacional e 37% afirmam confiar no seu parlamento nacional.
Fonte: BCE, Bloomberg, Comissão Europeia
